No final de junho, as deputadas estaduais Leci Brandão (PCdoB), Erica Malungionho (Psol) e o codeputado estadual Jesus dos Santos (PDT), da Mandata Ativista, entregaram um pedido de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Abordagem Policial na Assembleia Legislativa de São Paulo (ALESP).
A proposta partiu da Frente Parlamentar da Igualdade Racial da ALESP e do Grupo de Trabalho (GT) Abordagem Policial em parceira com o Movimento Negro. Além do pedido de CPI, o grupo de parlamentares também pretende discutir a mudança no Termo de Ajuste de Conduta para Abordagem Policial.
“Não devemos normalizar essa perseguição da PM contra nossos corpos pretos e periféricos. Precisamos denunciar essa situação!” comenta o codeputado Jesus, que complementa: “É preciso investigar quem é que dá a ordem que leva o policial a apertar o gatilho contra nós”.
De acordo com os parlamentares, apesar da pandemia, o ano de 2020 registrou um recorde em número de mortes pela polícia militar em São Paulo. Ao todo foram 442 homicídios cometidos por PM’s dentro e fora do serviço, o que representa um aumento de 34% em comparação a 2019. O número é ainda maior na região metropolitana de São Paulo, onde o aumento da letalidade policial saltou 70%.
Já os registros de crimes caíram ao longo da quarentena imposta para combater o coronavírus, entre eles estão estupro (-46%), furtos (-49%) e roubos (-28,5%).
Para ser aprovada na Alesp, a CPI precisa ter 32 assinaturas de deputados, ou seja, um terço dos parlamentares paulistas. “Estamos no momento de organizar movimentos sociais e de coleta de assinaturas para que essa CPI saia do papel”, comenta o codeputado Jesus.