Deputado propôs e Assembleia aprovou a criação de um programa integrado de atenção às mulheres vítimas de violência doméstica. Foto: Dra. Jamila, coordenadora das DDM's de São Paulo
A Assembleia Legislativa de São Paulo aprovou no último dia 12 de fevereiro Projeto de Lei que cria o programa “Patrulha Maria da Penha”. O programa visa monitorar a segurança das vítimas de violência doméstica. De autoria do deputado Tenente Nascimento (PSL), a proposta pretende desenvolver um trabalho preventivo, que encoraje e acompanhe mulheres na realização de denúncias, além de fiscalizar o cumprimento de medidas protetivas e judiciais.
De acordo com o projeto, os trabalhos serão comandados por policiais militares e civis em conjunto com assistentes sociais e psicólogas responsáveis por visitas periódicas às vítimas de agressões. Além disso, a equipe de acompanhamento também contará com advogados.
Conforme o parlamentar, o projeto vem ao encontro de ações do Governo Federal, que inaugurou em novembro a “Casa da Mulher”, que presta serviços 24h a todas as mulheres em situação de violência.
O PL 961/2019 segue agora para a sanção do governador.
O Podcast do Governo do Estado de São Paulo ouviu hoje, 19 de fevereiro, a delegada Jamila Jorge Ferrari, coordenadora das delegacias de defesa da mulher. A delegada comentou sobre assédio e importunação sexual no carnaval. Veja a íntegra da entrevista aqui.
É importante pontuarmos aqui que não estamos falando de cantadas, de flerte, de paquera. O que estamos falando quando se fala em importunação sexual, vulgo assédio no carnaval, estamos falando a partir do momento em que a mulher fala não, ou seja, quando a cantada passa a deixar de ser algo confortável para a mulher e tem um componente sexual, um componente lascivo. Isso é importunação sexual.
Não, claro que não. Como eu disse, paquera, flerte, cantada não é assédio. Ela passa a ser assédio quando a mulher ou o homem dizem não, ‘não quero’, ‘não gosto’, ‘chega’. E aí o autor, o agressor continua… Esse continuar, de forma lasciva, com componentes sexuais, isso é o crime.
Não é não, exatamente.
No primeiro momento, ela deve procurar o posto policial, uma tenda de acolhimento mais próxima do local onde ela esteja, até porque, por conta do carnaval, o governo do Estado aumentou o efetivo de policiais militares nas ruas e, posteriormente, esses policiais militares ou guardas municipais também que estarão participando deste reforço, irão orientar a vitima a procurar a delegacia mais próxima. Pode ser uma DDM (Delegacia de Defesa da Mulher) – na cidade de São Paulo temos sete DDM’s abertas 24 horas – ou pode ser uma delegacia de bairro, como a gente diz, a delegacia comum, a que a vitima se sentir mais confortável em ir.
Exatamente. Todas as Delegacias de Polícia do Estado, os policiais civis, estão preparados para atender, são capacitados para atender as ocorrências de violência doméstica e sexual.
Da mesma forma que a Polícia Militar estará com um reforço de policiais nas ruas, a polícia civil terá um aumento de efetivo nas delegacias de polícia. Aqui na cidade de São Paulo, as sete DDM’s estarão abertas 24h, e em outros locais do Estado também.
O que nós orientamos as vítimas é que, na medida do possível, que elas filmem ou gravem a ação. Não sendo possível, até porque, estão sendo vítimas de uma agressão, que as pessoas no entorno – amigos, colegas e até desconhecidos que estejam na folia, no bloco, no desfile – que essas pessoas também gravem o autor, mesmo que de forma dissimulada, para que a gente consiga, durante o inquérito policial, se não for caso de flagrante, chegar na autoria do crime.
A importunação sexual é crime previsto no Código Penal desde o final de 2018, a pena é de 1 a 5 anos, o autor pode ser preso em flagrante. Não é possível o arbitramento de fiança na delegacia. O autor é encaminhado ao Poder Judiciário, que vai decidir se ele responde em liberdade ou se ele continua preso até o final do processo.
Além de dizer para as vítimas, potenciais vítimas, que elas podem e devem contar com a Polícia Civil no atendimento de acolhimento e humanidade, acho que o principal recado é para o agressor. Que eles respeitem as mulheres, que eles respeitem as pessoas durante o carnaval. O agressor tem que ter consciência de que não é não. E, a partir desse momento, ele passa a cometer um crime.
A íntegra do podcast pode ser ouvido aqui.
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