A crise política decorrente da saída do ex-ministro Sérgio Moro pode levar a Câmara a instalar uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito). A cobrança surgiu na segunda-feira (27) durante sessão virtual do parlamento.
A líder do PCdoB, deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC), afirmou que está colhendo assinaturas para que uma CPI seja instalada para investigar as denúncias. “É impossível o Parlamento assistir, sem fazer nada, às denúncias contra Bolsonaro, de que o presidente tira chefes da Polícia Federal que não estão fazendo o que ele quer. É preciso investigar”, declarou.
O deputado Bira do Pindaré (PSB-MA) disse que seu partido está trabalhando em um novo pedido de impeachment. “Não é momento de omissão, é momento de debate e de decisão”, reforçou.
A líder do Psol, deputada Fernanda Melchionna (Psol-RS), ressaltou que a crise política criada pelo presidente da República coincide com a maior crise sanitária da nossa geração. “Bolsonaro é um elemento de instabilidade. Agora se junta a Roberto Jefferson e Valdemar Costa Neto [condenados pelo mensalão] negociando cargos para uma base alugada na Câmara. E ainda temos a comprovação da interferência na Polícia Federal para proteger a família”, disse.
Crise política
O líder da Minoria, deputado José Guimarães (PT-CE), também ressaltou que a crise política tira o foco do combate à pandemia. Ele afirmou que qualquer discussão de impeachment precisa ser bem analisada. “Não se faz impeachment sem saber o início, o meio e o final”, declarou.
Guimarães cobrou a volta dos trabalhos da CPI das Fake News para averiguar a rede de divulgação de notícias falsas que minam a estabilidade democrática.
Para o líder da oposição, deputado André Figueiredo (PDT-CE), o Parlamento precisa cobrar responsabilidade do presidente da República. “O ex-ministro Moro revela claramente as pressões a que estava submetido, porque as investigações estão chegando aos filhos do presidente e aos aliados do presidente. É inimaginável o momento politico em que vivemos e não podemos ficar silentes”, afirmou.
Um dos poucos parlamentares não alinhados à oposição a se pronunciar sobre o assunto, o deputado Daniel Coelho (Cidadania-PE) cobrou “esclarecimentos de todas as denúncias que foram feitas”.
