O soldado Fernando Carvalho, lotado no 17º Batalhão da PM de Rio Preto, interior de São Paulo, foi expulso nesta quarta-feira, 15, dos quadros da Polícia Militar. Seu processo resultou em transgressão disciplinar grave.  Ele foi condenado pelo Tribunal de Justiça Militar em março a seis meses de detenção pelo crime de prevaricação.

De acordo com o processo, divulgado pelo site da Rádio CBN, ele deixou de denunciar uma mulher supostamente envolvida com o tráfico de drogas enquanto se relacionava com ela. Menos de uma semana após o término do namoro, que teria durado alguns meses, ele pediu para que um conhecido telefonasse para a central de atendimento da PM denunciando a mulher por tráfico de drogas.

O inquérito policial instaurado pelo do 17º Batalhão descobriu que o homem que fez a denúncia não conhecia a mulher e que fez a ligação à pedido do soldado.

A moça foi presa com uma amiga na casa onde elas moravam, no bairro Santo Antônio, em janeiro de 2017.

Vingança

Carvalho estava de plantão no dia, e participou da apreensão de maconha e 15 munições calibre 9 milímetros na casa. Mas não informou aos superiores que já havia se relacionado com a moradora.

No julgamento, em que as mulheres acabaram absolvidas, a ex-namorada do soldado alegou que após o término do relacionamento, Carvalho passou a ameaçá-la.

O Ministério Público Militar entendeu que, embora não haja provas de Carvalho colocou a droga e as munições no imóvel, ficou claro que ele sabia da existência dos ilícitos no local. E também que maquiou a situação para dar ar de legitimidade para a ocorrência. De acordo com o promotor, Carvalho agiu motivado por sentimento de vingança.

O soldado ainda pode recorrer, tanto da condenação pelo crime de prevaricação, quanto do processo administrativo que resultou em sua expulsão.