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Armas autorizadas em Santa Catarina batem recorde

Com leis mais brandas, as armas autorizadas no Estado de Santa Catarina batem recorde. Somente neste ano, cerca de 9 mil novas armas já foram autorizadas. Isso é mais do que a soma dos registros feitos em 2017 e 2018.

Em 2019, até o dia 31 de julho, em média 42 armas foram autorizadas pela PF em SC por dia — o equivalente a um novo registro a cada 35 minutos.

Ao todo, nos primeiros sete meses de 2019 a Polícia Federal registrou 8.968 novas armas de fogo no Estado. O número, mesmo a cinco meses do fim do ano, é o maior até hoje e é superior à soma de todos os registros concedidos em 2017 e 2018 (quando a PF autorizou cerca de 3,5 mil armas por ano).

Os dados foram obtidos pela reportagem do NSC Total por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI), em pedido respondido pelo Ministério da Justiça com base no banco de dados da Polícia Federal, que registra e dá as permissões para cada arma de fogo comprada no Brasil.

 

Arma pode prevenir crimes, mas traz riscos

Para o analista de segurança Eugênio Moretzsohn, os dados reforçam uma herança cultural em Santa Catarina que valoriza a posse da arma de fogo e a prática do tiro. Além disso, o especialista destaca que os catarinenses estão aproveitando o momento para obter o armamento de forma legal. Inclusive por temer uma nova mudança na legislação por conta de incertezas políticas.

— A segurança pública é “consumida” pela população sob a forma de sensação de segurança. Os indicadores da inteligência policial podem ser bons, e hoje estão melhorando a cada dia em SC, mas o cidadão comum não os lê. A sensação de insegurança persiste, especialmente em cidades maiores. Esta é, também, uma das razões de as pessoas adquirirem armas: imaginam que estarão mais seguras com elas. É, no mínimo, controverso. O porte delas por pessoas responsáveis e bem treinadas pode, sim, salvar vidas inocentes, especialmente em área rural. Por outro lado, possuir armas em casa é uma escolha e, como todas elas, há riscos e vantagens.

 

Assaltos

Moretzsohn aponta que há um risco de manter a arma em casa pois, ela se torna um objeto de desejo dos assaltantes. Portanto, a residência pode virar alvo de furtos ou, em caso de assaltos. A situação se tornar mais violenta a partir do momento em que uma arma é encontrada.

— Não é verdade que o ladrão irá deixar de “visitar” uma residência por imaginar que lá dentro há uma arma que pode ser utilizada contra ele. Ele aguardará, traiçoeiramente, o momento oportuno para agir e tentará conseguir a arma para uso próprio. Além disso, existem os riscos de acidentes domésticos envolvendo crianças.

O analista de segurança destaca também outros riscos relacionados às armas de fogo. Ele aponta índices como o de feminicídios no Brasil, onde 40% das mortes de mulheres em casa foram com armas de fogo, além dos casos de suicídio.

Fonte: www.nsctotal.com.br

 

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