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Avibras entra em greve

Os trabalhadores da Avibras iniciaram uma greve de 24h, nesta quinta-feira (2), em protesto contra os atrasos salariais. Somente os funcionários que recebem até R$ 2.000 receberam seus salários na íntegra. Para o restante, não há data definida de pagamento.

De acordo com comunicado feito ontem pela Avibras, a forma de pagamento foi dividida conforme a faixa salarial. Os grupos com salários superiores a R$ 2.000 receberam de zero a 70%. Ainda segundo o comunicado, esses trabalhadores receberão até o final de junho, sem especificação da data. Todos deveriam ter recebidos seus salários hoje.

A Avibras não respeitou nem mesmo os funcionários que estão em layoff. Apenas parte dos salários desse grupo é pago pela empresa. O restante é pago com recursos do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador).

A assembleia de hoje foi unificada entre trabalhadores que estão na fábrica e aqueles que estão em layoff. Além da paralisação por 24 horas, foi aprovado o aviso de greve, ou seja, dentro de 48 horas todos podem parar por prazo indeterminado. A exigência é que os salários sejam pagos e que a empresa abra negociação com o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região.

“O atraso salarial é uma afronta aos trabalhadores. Não vamos admitir tamanha irresponsabilidade. Se a direção da empresa não pagar os salários imediatamente, vai enfrentar nova greve”, disse o diretor do Sindicato Sérgio Machado.

A Avibras possui cerca de 1.500 funcionários.

Luta em defesa dos empregos

Os trabalhadores da Avibras travaram, há pouco mais de um mês, uma grande luta em defesa dos empregos. A empresa pretendia demitir 420 funcionários, mas o quadro foi revertido depois de uma série de mobilizações organizadas pelo Sindicato.

No dia 19 de abril, foi aprovado o acordo que transformou as demissões em layoff, com garantia de estabilidade até o final do ano.

Nessa mesma luta, os metalúrgicos reivindicaram a estatização da Avibras, uma empresa estratégica para a soberania do país e que está em mãos de capital privado.

“A Avibras é do setor bélico, portanto deve obrigatoriamente ser estatizada. Sua tecnologia tem de ser usada a serviço dos brasileiros. Vamos cobrar do governo federal medidas urgentes neste sentido”, afirma o diretor do Sindicato José Dantas Sobrinho.

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